Como a cirurgia pode remover tumores de cabeça e pescoço com segurança

A cirurgia oncológica para tumores de cabeça e pescoço é um dos principais pilares no tratamento desses tipos de câncer. Ela é indicada para remoção de lesões malignas que afetam áreas como boca, faringe, laringe, glândulas salivares e linfonodos cervicais. Quando feita com planejamento e equipe qualificada, oferece alta taxa de controle da doença e preservação funcional. 

Quer saber como essa cirurgia funciona e quando ela é necessária? Continue a leitura!

O que é a cirurgia oncológica de cabeça e pescoço?

A cirurgia oncológica de cabeça e pescoço tem como objetivo remover tumores que acometem estruturas localizadas no trato aerodigestivo superior. A maioria dos casos envolve carcinomas escamosos, que se originam no revestimento das mucosas dessas regiões. 

O procedimento busca retirar o tumor com margens de segurança, muitas vezes incluindo também o esvaziamento dos linfonodos do pescoço para prevenir a disseminação da doença.

Quando a cirurgia de cabeça e pescoço é necessária?

A cirurgia de cabeça e pescoço é indicada quando o tratamento cirúrgico representa a melhor forma de controlar o tumor com segurança e preservar ao máximo as funções vitais e estéticas do paciente. 

A decisão pela intervenção envolve uma análise criteriosa de diversos fatores clínicos e oncológicos.

Localização do tumor

A cirurgia costuma ser indicada para tumores em áreas como a laringe, faringe, orofaringe, cavidade oral, base da língua, seios paranasais e glândulas salivares. Cada região possui implicações específicas quanto à abordagem cirúrgica e às possíveis reconstruções.

Estadiamento da doença

O estágio do câncer influencia diretamente na complexidade do procedimento. Tumores em estágio inicial podem ser removidos por técnicas menos invasivas, como cirurgia transoral ou a laser. 

Já os tumores mais avançados podem exigir laringectomias, glossectomias ou esvaziamento cervical, com reconstruções complexas.

Condições clínicas do paciente

Idade, histórico de doenças crônicas (como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares), função pulmonar e estado nutricional são levados em consideração. 

Pacientes com boa reserva funcional têm mais chances de recuperação e toleram procedimentos mais agressivos.

Resposta a tratamentos anteriores

Em algumas situações, a cirurgia é necessária após falha ou resposta parcial à radioterapia ou quimioterapia. 

Também pode ser utilizada para retirada de recidivas (tumores que voltam após tratamento inicial) ou em combinação com outras terapias, como parte de uma estratégia multimodal.

Essa avaliação deve ser feita por um cirurgião de cabeça e pescoço experiente, dentro de uma abordagem multidisciplinar, para garantir o melhor resultado oncológico e funcional para o paciente.

Como é realizado o procedimento cirúrgico?

O procedimento cirúrgico para tumores de cabeça e pescoço varia conforme o tipo, a localização e o estágio do tumor, além das condições clínicas do paciente. 

O objetivo é remover o câncer com segurança, preservando ao máximo as funções de fala, mastigação, deglutição e respiração.

Excisão com margens de segurança

É a técnica mais comum e consiste na retirada do tumor com uma margem de tecido saudável ao redor. Isso reduz as chances de células malignas permanecerem no local. A margem cirúrgica é avaliada por patologistas durante e após a cirurgia.

Esvaziamento cervical

Em casos onde há risco de metástase linfonodal, realiza-se a retirada de gânglios linfáticos do pescoço. O esvaziamento pode ser seletivo, radical ou modificado, dependendo da extensão da doença e da anatomia da região.

Cirurgia transoral a laser

Usada para tumores iniciais, especialmente na laringe ou orofaringe, permite a retirada da lesão pela boca com mínima incisão externa. É uma técnica menos invasiva, com rápida recuperação e menor impacto funcional.

Laringectomia parcial ou total

Indicada em casos mais avançados de câncer de laringe. Na parcial, parte da laringe é preservada, mantendo a fala. Na total, toda a laringe é removida e o paciente precisa adaptar-se a uma nova forma de comunicação e respiração, por meio de traqueostomia.

Cirurgia robótica assistida

Essa abordagem, disponível em centros especializados, utiliza braços robóticos controlados pelo cirurgião. Proporciona alta precisão, menor trauma cirúrgico e recuperação mais rápida, sendo útil principalmente em tumores de base de língua e orofaringe.

Reconstruções com retalhos

Após remoções extensas, realiza-se reconstrução com tecidos retirados de outras áreas do corpo, como braço, perna ou tórax. Esses retalhos restauram a forma e a função das estruturas da cabeça e pescoço, ajudando na fala, deglutição e aparência.

Cada uma dessas técnicas é cuidadosamente avaliada por uma equipe multidisciplinar para garantir o melhor resultado possível ao paciente, tanto em controle do câncer quanto em qualidade de vida.

A importância da equipe multidisciplinar

O sucesso no tratamento dos tumores de cabeça e pescoço não depende apenas da cirurgia, mas da atuação integrada de uma equipe multidisciplinar. Os principais profissionais envolvidos são:

  • Cirurgião de cabeça e pescoço, responsável pelo diagnóstico, planejamento e execução do procedimento;
  • Oncologista clínico e radioterapeuta, que definem terapias complementares;
  • Fonoaudiólogo, essencial na reabilitação da fala, deglutição e respiração;
  • Nutricionista, para garantir suporte nutricional durante o pré e pós-operatório;
  • Psicólogo, que auxilia o paciente emocionalmente, principalmente em casos com alterações estéticas;
  • Enfermeiro, fisioterapeuta, assistente social e dentista, completam o cuidado global ao paciente.

Essa abordagem garante menor tempo de internação, menos complicações e maior qualidade de vida.

Conclusão

A cirurgia para tumores de cabeça e pescoço é segura e eficiente quando realizada por profissionais especializados. Ela permite controle da doença e, com suporte da equipe multidisciplinar, proporciona recuperação funcional e emocional. 

Se você ou alguém próximo está enfrentando um diagnóstico desse tipo, buscar orientação com um cirurgião de cabeça e pescoço é o primeiro passo para um tratamento assertivo e humanizado.

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