Os sintomas de câncer na garganta nem sempre são evidentes, mas detectar sinais precocemente aumenta muito as chances de tratamento eficaz. Dor que não passa, rouquidão, dificuldade para engolir, caroço no pescoço… esses são alertas que merecem atenção e investigação médica.
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Quais são os principais sintomas de câncer na garganta?
Os sintomas de câncer na garganta variam conforme a área afetada – como laringe, faringe ou orofaringe -, mas alguns sinais são comuns e precisam ser investigados com atenção.
Dor persistente na garganta
Uma dor que se mantém por mais de duas semanas, acompanhada de sensação constante de irritação, pode indicar alterações nas estruturas internas da garganta.
Rouquidão duradoura ou mudança na voz
Alterações na voz, como rouquidão prolongada ou voz mais fraca, sem causa aparente, são sinais de alerta, especialmente quando persistem por mais de 15 dias.
Dificuldade para engolir (disfagia)
A sensação de que há algo preso na garganta ou dificuldade para engolir alimentos sólidos e líquidos pode estar relacionada ao crescimento de um tumor.
Dor no ouvido
A dor referida ao ouvido, mesmo sem infecção local, pode ser um reflexo de lesões tumorais na parte superior da garganta, exigindo atenção.
Tosse crônica
Tossir frequentemente, sem causa respiratória evidente, ou sentir a necessidade de limpar a garganta com frequência, pode indicar irritação persistente por tumor.
Nódulos no pescoço
O aparecimento de caroços ou ínguas firmes no pescoço pode indicar que o câncer se espalhou para os linfonodos próximos, sendo um dos sinais mais perceptíveis da doença.
Perda de peso sem explicação
Em estágios mais avançados, é comum que o paciente perca peso rapidamente, mesmo sem mudanças na alimentação, devido ao gasto energético do organismo com a doença.
Dificuldade para respirar
Quando o tumor cresce e começa a obstruir as vias aéreas, o paciente pode apresentar falta de ar ou sensação de sufocamento.
Esses sintomas devem ser investigados por um cirurgião de cabeça e pescoço ou otorrinolaringologista, pois podem indicar outras doenças, mas também sinalizar câncer.
Fatores de risco para desenvolvimento
Entender os fatores de risco é fundamental para prevenir o câncer na garganta. A seguir, detalhamos as principais causas que aumentam as chances de desenvolver a doença:
Tabagismo
Fumar – seja cigarros, charutos ou cachimbos – é o principal fator evitável para o câncer na garganta. O uso frequente de tabaco provoca inflamação crônica nas vias aéreas superiores e favorece mutações nas células, criando um ambiente receptivo ao câncer.
Consumo excessivo de álcool
O álcool é cancerígeno e, em dose alta, aumenta a permeabilidade da mucosa a substâncias tóxicas. Quando combinado com o tabaco, o risco se eleva de forma exponencial, tornando a associação extremamente perigosa para a garganta.
Infecção por HPV
O papilomavírus humano, especialmente os tipos 16 e 18, está cada vez mais presente em tumor de orofaringe em jovens. A ligação se dá pela transmissão viral, podendo gerar lesões malignas ao longo de anos quando não tratadas adequadamente.
Exposição a agentes químicos
Trabalhos com amianto, níquel, produtos derivados do petróleo e solventes industriais aumentam o risco de câncer na garganta. Esses compostos são irritantes crônicos e danosos às células epiteliais do trato respiratório superior.
Idade avançada e histórico familiar
Pessoas com mais de 55 anos têm risco maior devido ao acúmulo de mutações ao longo da vida. Ter parentes com câncer na cabeça ou pescoço também aumenta a predisposição genética para essa doença.
Diagnóstico do câncer na garganta

Para um diagnóstico mais eficaz e preciso de câncer na garganta, várias etapas são cruciais, começando por uma avaliação clínica completa e chegando até exames detalhados que identificam o tipo e a extensão do tumor.
Exame clínico inicial
O primeiro passo é uma avaliação visual e palpação da garganta, boca e pescoço. O médico avalia presença de nódulos, lesões, alterações de cor ou textura na mucosa e consegue identificar sinais sugestivos como ínguas. Também são considerados sintomas relatados, como dor, rouquidão e dificuldade de engolir.
Endoscopia ou laringoscopia
Esses exames permitem examinar em detalhes áreas internas da garganta, faringe e laringe com uma câmera. A endoscopia oral ou a laringoscopia com fibra óptica ajudam a detectar pequenas lesões que não são visíveis a olho nu, além de orientar o local que será biopsiado.
Exames de imagem
Tomografia computadorizada ou ressonância magnética são usados para mapear o tamanho do tumor, envolvimento de estruturas vizinhas (como faringe e seios) e extensão do comprometimento. Essas imagens ajudam a planejar o tratamento cirúrgico, radioterápico ou de outras terapias.
Biópsia da lesão
A biópsia é o método definitivo para o diagnóstico. O material retirado é analisado em laboratório para determinar o tipo de câncer, seu grau de agressividade e características moleculares. Esse resultado guia as escolhas terapêuticas – como cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia.
Testes de HPV
Nas lesões de orofaringe, especiais em pacientes mais jovens, é comum realizar exames para identificar o papilomavírus humano (HPV), especialmente os subtipos 16 e 18. A presença do vírus altera a estratégia de tratamento, geralmente associando melhores prognósticos e abordagens terapêuticas específicas.
A união desses métodos – exame clínico, visualização endoscópica, imagem diagnóstica e análise histopatológica – oferece precisão máxima, ajudando o especialista a escolher o melhor plano terapêutico para cada caso. Quanto mais precisa e precoce for a avaliação, maior é a chance de sucesso no tratamento.
Tratamentos disponíveis
O tratamento é individualizado, considerando localização, estágio e condição geral do paciente. As opções incluem:
- Cirurgia, podendo variar de ressecção local a laringectomia parcial ou total;
- Radioterapia, usada isoladamente ou em conjunto para destruir células residuais;
- Quimioterapia, muitas vezes em combinação com radioterapia, para controlar e reduzir tumores;
- Terapias-alvo e imunoterapia, que atacam mutações específicas ou potencializam a resposta imune;
O acompanhamento multidisciplinar é essencial para otimizar resultados e qualidade de vida.
Conclusão
Reconhecer os sintomas de câncer na garganta e agir rápido muda tudo. Identificar sinais como rouquidão, dor, febre ou caroços persistentes é o primeiro passo para o diagnóstico precoce.
Se você identificou algum desses sintomas, procure avaliação médica imediatamente. Fumar e beber aumentam os riscos, mas mudanças de hábitos e acompanhamento especializado podem salvar vidas.
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